domingo, 12 de agosto de 2012

AVENTURA 01: O CHAMADO DA GLÓRIA - PRÓLOGO


(Gustovan - Senhor da vila de Torilyn)


“O dia amanhecera chuvoso, as folhas balançavam com as finas gotas dágua que se despediam do céu. Um velho olhava pensativo em direção a sua lareira como se toda a sua vida passasse naquela chama. Tempos tortuosos se aproximavam... Se a mudança não começasse em Castela em pouco tempo chegaria em seus portões...
É quando a voz da sua filha, ainda que doce, desconcentrasse seus pensamentos:
- Pai... Lamento mas... Terube e Monrad não atenderam a mais um chamado... Acham que tudo não passa de uma tolice, e começo a pensar que...
As palavras da jovem são interrompidas por um sinal feito por Gustovan, o único barulho que se houve é do estalar da madeira em chamas e da chuva do lado externo.
- Lembro-me de quando eram pequenos Judy... Lembro-me de quando minha única preocupação era com a lavoura... Naqueles tempos, o simples fato de alguém não sorrir era motivo para me deixar preocupado... Hépoca soprou o tempo, as coisas mudaram, vocês cresceram... Os objetos estão repletos de pó e meus cabelos, bem... Meus cabelos tomaram a cor da lua ao invés da noite... Hoje sou um velho... Um velho incapaz de ir até as minas de Eismond e descobrir com os próprios olhos o que está acontecendo... Um velho incapaz de salvar sua esposa... Um velho que já teve 03 filhos... Logo não terei mais nem forças para falar...
- Pai... Não se deixe abater... Nem sabemos o que aconteceu com Karlux e Skeftus... Minha alma sente que estão vivos... Durante anos o senhor vem se dedicando na proteção de Torilyn, e para ser sincera, é o único que se importa com o estado de Castela, pois até o imperador virou as costas para nós... Começo a pensar que até as divindades tem ignorado esse mundo... Só o que me preocupa é a dimensão e a importância que o senhor vem dando a Eismond... Me preocupo em perdê-lo... – Judy limpava as lágrimas que deslizavam pelo seu rosto, recompondo-se novamente – Me preocupo que esse pensamento, assim como o tempo, alimente-se do senhor...
Gustovan levantava-se andando em direção de Judy, abraçando-a, permanecendo a sua frente, olhando atentamente em seus olhos.
- Não se preocupe... Já encontrei pessoas que irão até Eismond para que as dúvidas não se tornem obsessões... Enquanto esteve fora, tive acesso a muitas informações uteis, a nomes e lugares que indiretamente se ligam com nossa preocupação... Com pessoas que também possuem motivos para duvidar...
- E quem são essas pessoas?!
Nesse momento um relâmpago seguido de um trovão fazia iluminar todo o ambiente em que estavam, era quando Gustovan com um breve sorriso, voltava a caminhar em direção a cadeira:
- Logo logo saberemos... – falava Gustovan – Não seremos nós que chegaremos até eles, serão eles que chegarão até a gente...
- Pai... Você tem certeza do que está dizendo?
- Agora tenho... Pois antes que eles chegassem, eu tive a visão que você chegaria...”


 (Judy, filha de Gustovan)

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