segunda-feira, 25 de março de 2013

CAPÍTULO 02: A FLORESTA DOS ESPIRITOS - PARTE 02: A TRAVESSIA TORTUOSA


 
“Era o dia 30 de Outubro quando o grupo Torilyn iniciou a sua jornada rumo a Floresta dos Espíritos. Antes de partirem, todos são surpreendidos por um terrível tremor, oriundo de uma poderosa erupção vinda de Einsemond demonstrando que o poder de Eisenkern aos poucos está se dissipando. O sol é imediatamente coberto pela nuvem de cinzas, espalhando uma escuridão mórbida e sem vida por todo o reino. Pequenos fragmentos caem do céu, assim como o tempo que torna-se cada vez mais curto.

Antes de partirem, um novo membro junta-se ao grupo, Toril, um recém chegado ladino de Turan, que finalmente encontra Khalidaf. Sua busca principal termina para o inicio de outra juntando-se na busca de Eisenkern que seu povo anão tanto anseia. O resgate ao artefato finalmente inicia e os inimigos começam a aparecer. Uma misteriosa organização de Ladinos parece ter sido contratada para impedir que o grupo prossiga em sua missão a pedido de um misterioso mandatário. No trajeto, antes que adentrassem na floresta, o primeiro obstáculo surge, quando um grupo de 05 humanóides tornam-se lobisomens, iniciando um sangrento combate que culmina com a morte de Bonasha fatalmente morto por um deles.

No final, todos lamentam pela perda de mais um membro, que era o último gnoll vivo de Castela, sem compreenderem as últimas palavras do inimigo ferido que anunciaria o verdadeiro interessado daquele ataque, atingido por um dardo vindo da floresta que impediu a revelação. Abimes, pela primeira vez não tinha resposta e pouco sabia da origem do ataque que interrompeu as palavras do lobisomem.

Por estarem cansados e desgastados até ali, Doghin sugere que o grupo descanse declarando que a jornada pela floresta será ininterrupta e que não poderão descansar até concluírem a travessia. 48 horas é o tempo em que permanecerão andando na esperança de atravessarem e chegarem até as ruínas da destruição. Toril permanece de vigília no momento em que chega Argos, que revela os tristes dias vividos em Carlius, reino de Lombarda, que fora tomado por Émira, uma dos membros de elite do imperador.

Suprindo a ausência de Bonasha, Argos se junta ao grupo e aguarda que todos estejam descansados para entrar na floresta, anunciando que Castela é o último reino livre. Uma terrível travessia aguarda o grupo, com perigos inimagináveis que surgirão desde o primeiro passo até o último.

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“Vocês adentram na floresta pelo único caminho que existe, Doghin vai à frente conduzindo-os em um ambiente mórbido, sem vida e com árvores contorcidas que lembram expressão de dor:

- Tenham cautela... – murmurava Doghin – Não percam seus passos dos meus ! Os olhos da morte nesse momento estão completamente voltados para nós.

O ambiente é completamente tomado por uma sensação de ódio. É impossível não sentir a dor dos que já morreram aqui dentro. No trajeto, surgem vários confusos, mas Doghin se mantém confiante guiando-os por passagens e vinhas que conduzem ainda mais para o interior da floresta. Vez ou outra vocês escutam barulho entre as folhas e entre as copas negras das árvores, contando que há qualquer momento alguma terrível ameaça possa aparecer.”
 
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04 HORAS DEPOIS:
 “Os urubus devoram a carcaça dos lobisomens mortos pelo grupo, até que se assustem e se distanciem com a proximidade de dois misteriosos homens.
- Você viu como eles lutam?
- Sim... Pude observar...Um mago do sangue, uma curandeira, um anão guerreiro, um turiano ladino e um bardo... Eles nos pouparam trabalho... A floresta cuidará de mata-los ! falava um dos homens pisando na cabeça de um dos lobisomem estourando-a com os pés.
- Parece que mais dois se juntaram ao grupo original que foi para Eisenmond ! Isso pouco importa... Vamos aguardar ! Não podemos ser tolos de seguí-los... Em alguns dias comunicaremos se estão mortos !
- Vamos !
Os dois homens se afastam da entrada da floresta, enquanto um deles pega o dardo que arremessou. Na cabeça de um deles ainda permanecia uma dúvida que guardava consigo, mas que não ousava perguntar: Porque alguém está tão interessado na morte deles?
 
12 HORAS DEPOIS:
 Torilyn,
Casa de Gustovan....
Exércitos, guerra, fogo, destruição. Gustovan acordava subitamente de um pesadelo. O clérigo que incansavelmente permanecia em ritual de cura caí no chão com as mãos esvaídas em sangue e quase sem forças.
- Por todas as divindades o que houve aqui?
- Pensei que não conseguisse trazê-lo de volta meu senhor ! – falava o clérigo levantando-se - Mais algum tempo e não teria conseguido ! Volkien manteve minhas forças, pois tinha certeza que retornaria !
- Nós temos muito que fazer ! O tempo é curto  !
- Não tão rápido meu senhor ! – falava o clérigo segurando-o – Apesar de consciente e de estar com o espírito forte, seu corpo ainda está muito fraco !
Gustovan se encostava novamente na cama sentindo o peso da exaustão de seu corpo.
- Fico feliz de tê-lo de volta depois de tanto tempo ! Como prometi, há 2000 anos na segunda era, mais uma vez teríamos que nos unir para impedir uma nova corrupção.
- Por muito tempo estive adormecido... – murmurava Gustovan – Novos tempos, novas eras, e um novo grupo... Agora que retornei, poderei dar a força que nos faltava ! O primeiro grupo de elite foi vitorioso e novamente estamos unidos ! Porém não somos suficientes ! O segundo grupo de elite está cada vez mais próximo de ser consolidado ! Anglyn, Hastur, Khalidaf, Razzi, Abimes e os demais serão fundamentais em nosso plano ! Temos que acreditar que conseguirão impedir o pior.
- Tenho consciência disso meu senhor ! Temos que resguardar Torilyn até que eles retornem ! Só nos revelaremos quando for estritamente necessário ! Por enquanto, todas as esperanças devem ser depositadas neles ! E até o momento, eles tem demonstrado capacidade de crescerem e ocuparem o lugar que lhes é reservado !
- Fique tranquilo... Doghin está com eles ! Não tenho dúvidas de que se revelarão bem mais fortes ao concluírem a travessia pela floresta ! A busca por Eisenkern é também uma busca pessoa de cada um ! Enquanto isso, faremos nossa parte. Avise a minha filha Judy, que devemos nos preparar ! 03 tremores antecederão a emersão da besta e um já aconteceu ! Devemos estar prontos !
- Farei isso meu senhor !!
O clérigo saía do local apressadamente deixando Gustovan imerso em muitos pensamentos.
- Orarei por vocês... – pensava - Ainda não posso ajuda-los... Mas vocês são fundamentais para tornar isso possível...
 
 
16 horas depois:
“Vocês estão cada vez mais próximos de alcançarem a metade da travessia. Doghin permanece guiando-os diante de um caminho que se perde em meio as árvores escuras e mórbidas. O local está silencioso demais e vocês sentem que algo terrível está prestes de acontecer.”
24 horas depois:

“Doghin para subitamente diante do som que escutava. O barulho de água correndo esconde por alguns instantes o lamúrio dos espíritos perdidos.
- É o Rio da Morte... – murmurava o Kirshiniano – Ele é salgado e composto pelas lágrimas de sangue da dor daqueles que se arrependeram no mundo dos mortos. Isso significa que não estamos na margem do plano material com a entrada de outro. Esse trecho é um plano transitório e devemos ter muita cautela ou caíremos em uma das nove camadas do inferno.
Vocês caminham até que possam avistar o rio, sua cor é vermelho sangue e muitos espíritos são arrastados por ele em direção ao desconhecido. Em meio a vozes contorcidas é possível ouvir a dor dos arrependidos.
- Não deem muito atenção... – falava Doghin – Antes em vida esses espíritos cometeram crimes capitais. Diante da morte eles foram punidos e jogados nos piores lugares do abismo de Kindara. Ela se alimenta da dor deles e por este motivo são os que mais sofrem. Isso é muito mais um lamurio de desespero do que de razão.
Uma ponte atravessa o rio possuindo uma largura 6 metros com 12 metros de cumprimento.
 ****
 
De repente, um clarão no final da ponte chama a atenção de vocês, em torno de um raio de nove metros de onde estão uma parede de chamas envolve todo o ambiente até que rapidamente se direcionem paras as costas de uma criatura que absorve toda a chama, cujos olhos se queimam junto com toda a absorção. Uma monstruosidade corpulenta de no mínimo 3m de altura, surge diante de vocês. Anéis de carne flácida rodeiam sua cabeça cifrada. Pressionando para fora contra suas veias verdes e pele pálida de seu grande intestino estão faces gritando.
 -É um Solamith !!! – gritava Doghin – É uma manifestação da glutonaria depravada e da fome ardente, ele se alimenta da energia dos espíritos e de suas fraquezas. É uma criatura profana das camadas mais abissais do inferno ! Não há outro meio de prosseguir se não vencendo essa terrível criatura.
 Antes que Doghin termine suas palavras do lado oposto, outro Solamith surge no intuito de cerca-los. Sem muitas palavras, eles sorriem na certeza de que estarão alimentando ao fim do combate.
 
Fim de Capítulo.
 

 

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