quinta-feira, 20 de novembro de 2014

AVENTURA 3: MANDÍBULAS DE FOGO - JAMNARES - CAPÍTULO 06: A ÚLTIMA ESPERANÇA - PARTE 04: A ILHA SOLITÁRIA - UM TERRÍVEL SEGREDO


“Enquanto o grupo Torilyn, alcança a ilha de Dulgur, onde buscam a única forma de ultrapassarem o pântano do passado remoto e prosseguirem na terrível jornada pelo Reino Distante, no plano material, Ária, possuída pelo sladd dos pesadelos, obtém o coração de jamnar, e prepara-se para concretizar os planos de Melchior, porém, há 10 passos da saída do templo, seu corpo não responde as ordens do extraplanar, resistindo ao controle, e impedindo que saísse do local.

Na última terra livre de Castela, encontra-se Judy, Doghin, Kyra, Mikal, Andreas, Knolan, Lancelot, Kárlux e Phoenix, que reúnem-se para definir qual será a estratégia de resistência até que o grupo retorne, faltando apenas 04 dias para que o prazo dado por Extórax Réx termine, surgindo uma última esperança diante da resistência de Ária, qual seja, a de impedir que o coração de Jamnar seja entregue a Melchior.

Em outro lugar, Gustovan emerge com uma força incomum, e uma energia poderosa que circunda o seu corpo envolve Extórax Réx, que é aprisionado por quatro correntes de energia, que imediatamente são preenchidas de chamas, demonstrando que são temporariamente capazes de manter o dragão no pico de Eisenmond e revelando que aquele mortal é na verdade o avatar do Deus Barus que acabara de despertar no mundo material, violando a lei da não intervenção.

No mesmo momento, uma energia branca envolvia toda a cidade de Torilyn, tornando o local impenetrável. Todos na cidade ficavam surpresos com aquele efeito. Um vento carregado de paz soprava na medida em que seu raio era envolvido. Os controladores olhavam atônitos para aquela manifestação poderosa, e poucos pareciam compreender o que estava acontecendo, até que Phoenix erguesse seu machado para os céus e uma poderosa magia esculpisse todas as ruínas, dando um novo ânimo para aqueles que se encontravam na resistência.

Próximo a Torilyn, os 05 membros de elite do imperador Tothamon permaneciam atônitos, fazendo com que mudassem de estratégia diante da poderosa emanação que visualizaram. Seeker sente que Ária está resistindo à possessão do Sladd e que isso pode colocar em risco os planos de Melchior, direcionando-se para o Iranistão, local em que se encontra o tempo de Jamnar, no subterrâneo do castelo, aguardando novas ordens, diante do que poderia acontecer.

Na grande Mansão do burgomestre, em Torilyn todos se reúnem e decidem que um grupo deverá seguir para o Iranistão e se apossar do coração da jamnar tão logo Ária saia do templo. Antes que decidam porém,  Aurin ressurge, revelando que o exilio dos membros de elite foi temporário e de que Barus ressurgiu no mundo material através de Gustovan, com seu poder ainda completo, demonstrando que o aprisionamento de Extórax Réx será temporário.

Em tempo, Knolan, revela para o grupo, que tem um terrível pressentimento e de que um conflito divino esteja surgindo, envolvendo Volkien, Turik, Hépoca e outros deuses menores que estão do lado dos mortais contra as demais divindades e que poderá ocorrer a qualquer momento, não havendo tempo suficiente para que busquem outra solução.

Na formação do grupo, todos sentem que Aurin e Doghin tiveram seu poder diminuído gradativamente na medida em que se sacrificaram em momentos cruciais, porém isso não é capaz de afastá-los da nova missão e ambos se prontificam a fazer parte do grupo que buscará o coração de jamnar no castelo do Iranistão, sendo os demais, Judy, Mikal, Andreas, Knolan, (os dois do Khayyam e Órion), que serão os responsáveis pelo difícil resgate.

No castelo do Iranistão, o corpo de Ária caminha lentamente para a saída do templo devido a sua poderosa resistência. A luta interna de vontades prossegue e nenhum deles está disposto a se entregar. Uma nuvem negra e espessa cobre todo o Castelo Real e um vento sinistro circunda as suas paredes. Muitos dragonianos de vigília não conseguem se mover, enquanto outros correm, ao ver que a energia negra e distorcida começa a desintegrar o corpo dos mais fracos. Em pouco tempo os arredores do castelo é preenchido por uma tempestade sinistra de vozes, gritos de tormento e lamúrios de almas condenadas, demonstrando o imenso poder da criatura que habita o corpo de Ária.

Em meio aquela cena grotesca, o grupo que partiu de Torilyn surge no local mais próximo, ingressando na névoa densa, fazendo-os perceber a terrível emanação proveniente do Slaad negro aproximando-se do castelo até que finalmente alcançassem uma grande porta, com o símbolo do dragão de 03 cabeças, revelando após a sua abertura um grande salão, e um terrível Balor que surge para desafiá-los, iniciando o primeiro ‘combate no Castelo do Iranistão, que termina com a vitória do grupo.

Muitos são os desafios até que finalmente alcancem a sala que ingressa no mundo negro do Slaad, superando terríveis confrontos, desde golens de Mitrhal, Sirushs e Torciáside que são vencidos e deixados para trás, aproximando-os ainda mais de seu objetivo, que consiste em alcançar Ária, antes que abandone o templo de Jamnar.

Enquanto isso no reino distante, os jamnares rumam em direção a ilha de Dulgur, enfrentando tudo que já viram em seu passado, utilizando o sereia de guerra, navio que fora utilizada por Khalidaf, para alcançar a única possibilidade que poderá tirá-los do terrível pântano. No caminho eles se deparam com os espectros de aliados que já foram mortos, enfrentando Bonasha e os demais, não existindo nenhum meio de prosseguirem se não buscando mais uma vez a vitória.

Com mais um desafio superado, o grupo finalmente alcança a ilha solitária sem imaginarem quais dificuldades estarão esperando pelos jamnares, que não possuem nenhuma outra opção, se não a de encontrarem Dulgur e saírem o quanto antes do pântano do passado remoto.

***

(Azeráx - o líder do pequeno regimento)

Um som de trombeta soa no ar espalhando-se por essa área do pântano. O barulho de galhos quebrando pode ser ouvido 15 criaturas de porte grande surgem a frente na estrada. São répteis fortemente musculoso, de 3 m de altura. Seus olhos são profundos e uma abertura de nariz achatada, dando a sua face a aparência de uma caveira. Suas escamas são negras, com uma crista de couro que vai de cima da sua cabeça até a metade de suas costas.

- Devem ser aqueles malditos espectros !!!! Não podemos permitir que nos aniquile !!! Vamos acabar com eles !!!! – A voz vinha de outra criatura semelhante que possuía uma armadura de porte superior.


- Sua ordem é nossa vida senhor Ázerax !!!! Somos incansáveis !!! Lutaremos até que possamos alcançar nossa liberdade !!! – Todos gritavam e partiam para o ataque, que iniciava de forma massiva. A voz do homem lagarto era ouvida mais uma vez, porém o barulho do combate tornava quase impossível escutá-la.

***

O terrível combate termina com a morte de todos os inimigos em campo. Vocês não são capazes de imaginar de onde vieram essas criaturas. Porém antes que possam dar mais um passo, vocês percebem que os corpos esvaídos em sangue e completamente feridos começam a se mexer. Sua visão é preenchida por uma imagem inacreditável, todos os homens lagartos em menos de segundos tem seus ferimentos curados como se jamais tivessem sido atingidos. A vida retoma aos seus corpos e Azérax, o líder é o primeiro a se levantar. A surpresa dele não é maior que a de vocês. Ele permanece parado, como se não compreendesse os motivos de ainda estarem ali e antes que possam dizer algo todos aqueles que foram vencidos se encontram de pé:

- Mas isso não é possível... – murmurava Azeráx  - Quem são vocês ?!?!?! Eu não compreendo!!! Assim como todos os outros não eram para estarem aqui ! Sempre quando morremos é como se o dia se reiniciasse... Essa é nossa pena eterna !!! Nosso objetivo é vencê-los, é nossa única redenção... Mas essa é a primeira vez que morremos e acordamos com vocês aqui !!!! O que está acontecendo?? Vamos nos explique !!!

***

- Humpf !! – murmurava Azeráx – Nunca imaginei que mortais pudessem ingressar em um lugar tão inóspito de forma voluntária. Infelizmente não tivemos a mesma sorte de vocês. Todos que são mandados para o reino distante e para essa ilha é porque de algum modo devem cumprir uma pena eterna por algum crime que cometeram contra as divindades, principalmente quando os criminoso buscam algo proibidos aos mortais, o desejo de viver para sempre. Fomos amaldiçoados com a imortalidade e durante milhares de anos nós lutamos diariamente buscando vencer nossos piores medos. Nossas almas foram condenadas e não temos o direito de morrer. Todos os dias nós lutamos incansavelmente sentindo as dores do combate para ao final acordamos novamente e eternamente lutarmos por nenhuma causa. Em decorrência disso, criamos a ilusão de que se vencermos poderemos nos libertar. Porém nossas almas já estão calejadas e o que mais desejamos agora é ter o direito de morrer. Mas hoje foi diferente de todas as outras batalhas que já enfrentamos, pois vocês, permaneceram aqui e se fossem visões já não estariam diante dos nossos olhos. Isso significa que ainda existem esperanças de deixarmos esse lugar terrível. E estamos dispostos a fazer qualquer coisa para ajuda-los. Seja lá o que buscam, faremos o que for preciso para deixar esse mundo. Tudo que queremos é apenas morrer....

***

Todos os homens lagartos mudam o seu semblante ao ouvir a palavra “Dulgur”. Alguns conversam entre si em um idioma antigo impossível de compreender até que Azeráx se dirigisse a vocês com uma voz trêmula e completamente diferente da tonalidade que antes foi expressada:

- Dulgur.... Vocês só podem estar loucos !!! Ninguém se aproxima daquela prisão. Muitos de nossos irmãos que foram para lá nunca mais voltaram !!! Se tentarem tamanha insensatez talvez nunca mais deixem esse lugar. Evitem a todo custo se aproximarem daquela prisão ou serão punidos como Dulgur !!! Desistam dessa ideia insana. Ele está preso naquele lugar e ninguém poderá libertá-lo. Nem mesmo vocês !!!

****

- Dulgur foi um homem que chegou aqui há muito tempo. E talvez seja aquele que cumpre a pior pena. Não sei muito sobre o seu passado e como eu disse, todos que buscam a imortalidade no plano material são punidos e mandados para cá. Porém ele, deve ter tentado algo pior, pois todos sabem que aquela prisão é pior que o inferno de Kindara. Muitos de nossos irmãos por não aguentarem morrer e reviver todos os dias foram para lá. E por inúmeras vezes tive visões terríveis do sofrimento deles. É um lugar onde a alma chora eternamente e onde a dor é constante. Não sei por qual motivos buscam esse homem. Mas se forem para lá estarão cometendo um grande erro. Talvez condenando suas almas para todo e sempre. Hoje nós nos reunimos a esse pequeno exército mas já fomos muitos. Não cometam o mesmo erro de nossos irmãos. Desistam dessa idéia ou jamais poderão sair daqui.

****

- Bem... Como eu disse, farei o que for possível para ajuda-los em troca do direito de morrer. Se após muitos anos finalmente temos um sentido não vejo porque não guia-los até lá. Me acompanhem. Eu os levarei até a Prisão Eterna. Que as divindades tenham piedade de suas almas.

Azeráx olha para o seus homens falando um idioma desconhecido. Eles permanecem parados como se acatassem alguma ordem. Nenhum deles parece seguí-los e não há dúvidas de que o misterioso homem lagarto tenha ordenado que ficassem. Guardando sua espada e apoiando seu escudo nas costas, Azeráx dava um passo a frente, respirando profundamente antes que falasse:

- Vamos !!! Temos pouco tempo.... Torço para que por detrás de tamanha loucura exista alguma razão. Fiquem atentos. As visões que nos perseguem podem nos atacar.

Vocês seguem Azeráx pela misteriosa floresta. A prisão eterna é  o próximo objetivo. Não há outra opção se não a de encontrar Dulgur e deixar de uma vez por todas o terrível pântano do passado remoto, porém antes que o misterioso homem lagarto finalmente se calasse sua voz em tom irônico ainda deixava escapar:

- Dulgur... É uma pena que esse não seja o seu verdadeiro nome....

( A Prisão eterna na Ilha Solitária)

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