domingo, 20 de abril de 2014

AVENTURA 3: MANDÍBULAS DE FOGO - CAPÍTULO 05: A ÚLTIMA ESPERANÇA - PARTE 03: ENFRENTANDO O PASSADO - CONTINUAÇÃO




 O grupo Torilyn prossegue em sua travessia pelo pântano do passado remoto. E dessa vez o inimigo é o próprio passado. Leshnar, Tárnak, Solamith e um terrível Beholder surgem mais uma vez diante dos jamnares e por pouco não ceifam a vida de Abimes e Toril que são salvos pela intervenção de Anglyn. Próximo dali, Abbadon, um misterioso humanoide e Ieromir, um guardião perdido, parecem ter acordado de um sono eterno sem entenderem por que estavam naquele local, não restando a opção se não a de colaborar com os jamnares para que possam compreender em que lugar estão.

Após o terrível confronto, porém, a recepção de alguns membros do grupo não foi tão calorosa. Kyelai, sentindo a aura maligna de Abbadon manifesta, diante de todos, a sua desconfiança em relação ao recém chegado. Ieromir, porém, tem poucas lembranças de seu passado recordando apenas que havia recebido uma missão de encontrar os 7 selos e que infelizmente acabou falhando em seu intento, lembrando-se apenas de ter sido atingido por uma poderosa bola de energia que o fez parar ali. Não demora para que todos se surpreendam e descubram que os 02 membros são do ano 6.000 da segunda era, e que por algum motivo desconhecido acabaram por parar naquele local.

O diálogo é interrompido por Um, que insiste em prosseguir o caminho. Orientando que Abbadon e Ieromir juntem-se a eles. Não há outra forma de deixar o pântano se não entrando nas ruínas de Asgarath, que só poderá ser acessada se as 03 jóias de acesso forem recuperadas. Dulgur deve ser encontrado o quanto antes, para que os jamnares possam retomar o seu caminho.

Enquanto isso na Morada Celeste, Barus, divindade da sabedoria, tenta convencer o Conselho dos 8 de que a intervenção no mundo material é necessária, sendo opinião vencida, uma vez que, Parlas, Mytra, Aton e Kelen, decidem por manter a lei imposta pelo PAI, retirando-se do local e revelando para Engnus, divindade do destino, que Turik, Volkien e Kirsha estão do seu lado, ressaltando que logo logo um terrível conflito entre as divindades que defendem os mortais e aquelas que defendem a imposição do PAI, iniciará, assegurando que Hépoca, já está fazendo sua parte.

No mundo material, Ária já prepara-se para deixar o templo de Jamnar, com o seu coração na mão. Restando poucos passos para que os planos de Melchior sejam concretizados. O último selo que aprisiona Kindara, pouco a pouco se enfraquece. Não pairam dúvida, o grupo deverá ser rápido no Reino Distante, ainda que no momento, tenham o tempo conspirando em seu favor.

***


Um olhava para os estranhos, quase que interrompendo o diálogo entre vocês.

- Não percamos tempo ! Se de algum modo estão aqui devem agradecer por estarem vivos. Ninguém sobrevive por muito tempo neste local. Alguma razão incompreensível a nossas mentes deve justificar este encontro. Mas não é hora de devaneios ou conjecturas ! Devemos encontrar Dulgur o quanto antes ! Se podem cooperar pouco me importa quem são ou quais seus objetivos. O que importa é que todos querem sair daqui ! Quando estiverem fora deste pântano, terão todo tempo que for necessário para entenderem a si próprios.

O guia voltava a caminhar. A decisão de juntar-se ao grupo caberá a vocês. Confiança não é algo que se conquista com apenas um combate. Vocês precisam deles assim como eles também precisam de vocês.
 

***


A estrada prossegue do mesmo jeito nas últimas 4 horas, até que um vento frio passe levemente pelo rosto de vocês, antes que possam observar a sua fonte, um leve lamento ecoa logo a frente. Quando vocês olham uma forma pálida e tremida pode ser vista. Ele aparenta ser um humanoide velho, com roupas que mais lembram trapos. O homem não parece olhar em direção a vocês, como se estivesse cego, mas não há dúvidas de que ele sente a presença de todos:

- Vocês sabem o que buscam? – Aquela pergunta ressoava no cérebro de Hasthur como se ele reconhecesse aquele espírito perdido – Eu perdi minha visão para descobrir meus objetivos, vocês terão que pagar um alto preço para descobrir o intento de vocês. Eu posso ajuda-los... Mas há um preço a pagar... Sempre há...

***


- Você me ouviu no passado Hasthur ! A caminho de Torilyn lhe falei sobre as escolhas e consequências e também sobre o futuro, como percebê-lo, manipulá-lo e controla-lo. E isso te trouxe até aqui. Era uma questão de tempo encontra-lo novamente. Agora, percebo, que eu acertei minha decisão, os olhos da alma é que enxergam a verdade . Porém vocês tem um terrível desafio que deverá ser superado. Querem a minha ajuda ou não?

***


- Esperem ! – falava Um – Ali está, essa é a lagoa da desolação.

Aquele local parecia ser desconhecido para quase todos, porém sua familiaridade  despertava a atenção de Khalidaf. Sem dúvidas que aquilo tinha uma profunda semelhança com o porto de Helênia. O mesmo navio, inclusive com as mesmas velas e detalhes, permanecia aportado em uma espécie de Pier, consumido pelo tempo. A única diferença, além do local, era ausência dos Marinheiros que lhe conduziram para o interior do barco.

***


- Coisas boas do passado também podem aparecer... De alguma forma, inconscientemente, você atraiu algo que no passado necessitou, como necessita agora... – falava Um – Isso parece ter acontecido com Hasthur. E agora com você. Porém este é o meu limite, não poderei acompanha-los. Vocês devem alcançar a ilha solitária e encontrarem Dulgur. Ele terá o item que precisam para que possam prosseguir esta viagem. Tenham muita cautela. Essas águas são preenchidas pelo passado. Não se deixem atrair por ela ou se perderão para sempre. Ao chegarem, vocês deverão procura-lo. Não posso imaginar que espécie de criatura vocês encontrarão. A única certeza que tenho é de que algum modo ele foi isolado neste lugar por ter praticado algum crime contra o tempo. Ele é o único sobrevivente deste lugar inóspito. Que Hépoca os acompanhe...
  
***


Vocês sobem em direção da embarcação que os levará para a ilha solitária. O reflexo de vocês na lagoa é a imagem de cada um quando eram crianças. Não há tempo a perder. Vocês logo estão dentro do barco. Um vento sombrio e gélido sopra as velas do Sereia de Guerra que involuntariamente desliza na água, distanciando-se do Piér. Pouco a pouco uma escuridão mórbida e uma névoa fina preenche todo o ambiente. Sussurros incompreensíveis se perdem no ar, enquanto um forte trovão seguido de um relâmpago rasga os céus demonstrando que a ilha não está muito longe. 

***


Uma voz lamuriosa e familiar é ouvida por vocês. Próximo a proa do barco sua nitidez não deixa dúvidas. 

***


O corpo translúcido com uma luminosidade tênue lembra perfeitamente o corpo de Argos. Estranhamente o vento para de soprar as velas como se aquela criatura de alguma forma tivesse interferido. Sua voz vinha em sua direção com o frio que gelava suas espinhas.

- Porque permitiu que isso acontecesse ?! Porque nos abandonou ??!! – falava o espírito desconsolado do arqueiro.

***


Argos, permanece insatisfeito, como se não aceitasse seus argumentos. De outras partes do barco vocês também avistavam imagens semelhantes de aliados que já foram derrotados em batalha. Todos parecem não aceitar o terrível destino que caiu sobre eles.

- Nunca deveríamos ter confiado em vocês !!! Olha o que nos aconteceu !!!!?? – gritava Bonasha com fúria.

- Malditos sejam !! – gritava Iglórius – Vocês carregam a morte consigo !!! Para que outras vidas inocentes não sejam ceifadas ! Todos deverão ser mortos !!! Agora entendo minha missão. Devo destruí-los para que as pessoas possam viver !

- Não deixaremos que prossigam ! – falava Yome – Nossos espíritos só descansarão quando nos vingarmos daqueles que nos amaldiçoaram !

***


Antes que ouvissem mais alguém. Um dos espectros sem cabeça, partia em direção de Toril. Vocês não tinham dúvidas. Aquele era Kurts. Não há outro meio de prosseguir se não superando este desafio. Os 5 espectros, Kurts, Yome, Argos, Iglórius e Bonasha partiam para cima de vocês com o único intuito de destruí-los.
  
***


O último espectro era destruído seguido de uma voz que se esvaia em desespero até que desaparecesse. No mesmo instante um vento tenebroso voltava a soprar a vela do Sereia de Guerra.  Mais uma vez o passado havia atormentado o grupo. A ilha se aproximava gradativamente e vocês estavam cada vez mais próximos de alcançarem Dulgur.

 
***

 
IRANISTÃO,
Templo de Jamnar.

Ária carregava consigo o coração do dragão dourado, caminhando em direção a saída. Em seus pensamentos pairavam apenas certezas. Logo Extórax Réx teria o Ashdalon e o Plano de Melchior estaria completo. Nenhum jamnar poderia impedí-la. Dez passos separava a garota das escadas que conduziram a saída.

- O mundo conhecerá o seu verdadeiro deus !!! – Falava Ária caminhando em direção as escadarias que conduzem para a saída do local.

Antes que Ária desce mais algum passo suas pernas travavam. Ela não conseguia se mover. Por mais que fizesse força, seus músculos não respondiam a sua vontade. Sua insistência era contida pela voz da garota que soava na mente do Slaad.

- Eu ainda tenho domínio sob este corpo seu desgraçado !!!!

- Isso é impossível ?!!! – Falava o Slaad Negro tentando mover-se.

- Você não dará nenhum passo enquanto eu poder resistir !!!

- Sua garota tola !!!! Você não pode me conter !!!!

Uma guerra entre duas vontades iniciava na mente de Ária, uma contia seus movimentos enquanto a outra ansiava por tê-los. Uma aura negra envolvia o corpo da garota como se o Slaad tentasse novamente a sua possessão completa, enquanto uma aura dourada chocava-se com esta, fazendo rachar as estruturas e pedras próximas. A lentos passos o corpo da garota tentava dar um passo, mas em um ritmo bem mais devagar.

- Você apenas adiará isto sua garota tola !!!! – falava o Slaad – Desista !!! Nada poderá conter Kindara !!!

- Eu já falei seu maldito !!!! Enquanto puder resistir ! Resistirei !!!

Os poucos passos que tirariam Ária do templo se tornam quilômetros. Os movimentos da garota eram vítimas de uma resistência poderosa, tornando-se lentos e contidos, demonstrando que ela não se entregou completamente. Uma nova esperança emergia para aqueles que aguardavam ansiosos o retorno dos jamnares.

***


O Sereia de guerra para alguns metros da ilha solitária. Não há nenhum píer que possa se escorar. Parece que será inevitável ter que atravessar esse pequeno trecho com água. A ilha é coberta por uma névoa e um pântano profundo prossegue em direção ao seu interior. Não resta outra opção se não a de adentrar no desconhecido e encontrar Dulgur o quanto antes.

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