O grupo Torilyn
prossegue em sua travessia pelo pântano do passado remoto. E dessa vez o
inimigo é o próprio passado. Leshnar, Tárnak, Solamith e um terrível Beholder
surgem mais uma vez diante dos jamnares e por pouco não ceifam a vida de Abimes
e Toril que são salvos pela intervenção de Anglyn. Próximo dali, Abbadon, um
misterioso humanoide e Ieromir, um guardião perdido, parecem ter acordado de um
sono eterno sem entenderem por que estavam naquele local, não restando a opção
se não a de colaborar com os jamnares para que possam compreender em que lugar
estão.
Após o terrível
confronto, porém, a recepção de alguns membros do grupo não foi tão calorosa.
Kyelai, sentindo a aura maligna de Abbadon manifesta, diante de todos, a sua
desconfiança em relação ao recém chegado. Ieromir, porém, tem poucas lembranças
de seu passado recordando apenas que havia recebido uma missão de encontrar os
7 selos e que infelizmente acabou falhando em seu intento, lembrando-se apenas
de ter sido atingido por uma poderosa bola de energia que o fez parar ali. Não
demora para que todos se surpreendam e descubram que os 02 membros são do ano
6.000 da segunda era, e que por algum motivo desconhecido acabaram por parar
naquele local.
O diálogo é
interrompido por Um, que insiste em prosseguir o caminho. Orientando que
Abbadon e Ieromir juntem-se a eles. Não há outra forma de deixar o pântano se
não entrando nas ruínas de Asgarath, que só poderá ser acessada se as 03 jóias
de acesso forem recuperadas. Dulgur deve ser encontrado o quanto antes, para
que os jamnares possam retomar o seu caminho.
Enquanto isso na
Morada Celeste, Barus, divindade da sabedoria, tenta convencer o Conselho dos 8
de que a intervenção no mundo material é necessária, sendo opinião vencida, uma
vez que, Parlas, Mytra, Aton e Kelen, decidem por manter a lei imposta pelo
PAI, retirando-se do local e revelando para Engnus, divindade do destino, que
Turik, Volkien e Kirsha estão do seu lado, ressaltando que logo logo um
terrível conflito entre as divindades que defendem os mortais e aquelas que
defendem a imposição do PAI, iniciará, assegurando que Hépoca, já está fazendo
sua parte.
No mundo
material, Ária já prepara-se para deixar o templo de Jamnar, com o seu coração
na mão. Restando poucos passos para que os planos de Melchior sejam
concretizados. O último selo que aprisiona Kindara, pouco a pouco se
enfraquece. Não pairam dúvida, o grupo deverá ser rápido no Reino Distante, ainda
que no momento, tenham o tempo conspirando em seu favor.
***
Um olhava para
os estranhos, quase que interrompendo o diálogo entre vocês.
- Não percamos
tempo ! Se de algum modo estão aqui devem agradecer por estarem vivos. Ninguém
sobrevive por muito tempo neste local. Alguma razão incompreensível a nossas
mentes deve justificar este encontro. Mas não é hora de devaneios ou
conjecturas ! Devemos encontrar Dulgur o quanto antes ! Se podem cooperar pouco
me importa quem são ou quais seus objetivos. O que importa é que todos querem
sair daqui ! Quando estiverem fora deste pântano, terão todo tempo que for
necessário para entenderem a si próprios.
O guia voltava a
caminhar. A decisão de juntar-se ao grupo caberá a vocês. Confiança não é algo
que se conquista com apenas um combate. Vocês precisam deles assim como eles
também precisam de vocês.
***
A estrada
prossegue do mesmo jeito nas últimas 4 horas, até que um vento frio passe
levemente pelo rosto de vocês, antes que possam observar a sua fonte, um leve
lamento ecoa logo a frente. Quando vocês olham uma forma pálida e tremida pode
ser vista. Ele aparenta ser um humanoide velho, com roupas que mais lembram
trapos. O homem não parece olhar em direção a vocês, como se estivesse cego,
mas não há dúvidas de que ele sente a presença de todos:
- Vocês sabem o
que buscam? – Aquela pergunta ressoava no cérebro de Hasthur como se ele
reconhecesse aquele espírito perdido – Eu perdi minha visão para descobrir meus
objetivos, vocês terão que pagar um alto preço para descobrir o intento de
vocês. Eu posso ajuda-los... Mas há um preço a pagar... Sempre há...
***
- Você me ouviu
no passado Hasthur ! A caminho de Torilyn lhe falei sobre as escolhas e
consequências e também sobre o futuro, como percebê-lo, manipulá-lo e
controla-lo. E isso te trouxe até aqui. Era uma questão de tempo encontra-lo
novamente. Agora, percebo, que eu acertei minha decisão, os olhos da alma é que
enxergam a verdade . Porém vocês tem um terrível desafio que deverá ser
superado. Querem a minha ajuda ou não?
***
- Esperem ! –
falava Um – Ali está, essa é a lagoa da desolação.
Aquele local
parecia ser desconhecido para quase todos, porém sua familiaridade despertava a atenção de Khalidaf. Sem dúvidas
que aquilo tinha uma profunda semelhança com o porto de Helênia. O mesmo navio,
inclusive com as mesmas velas e detalhes, permanecia aportado em uma espécie de
Pier, consumido pelo tempo. A única diferença, além do local, era ausência dos
Marinheiros que lhe conduziram para o interior do barco.
***
- Coisas boas do
passado também podem aparecer... De alguma forma, inconscientemente, você
atraiu algo que no passado necessitou, como necessita agora... – falava Um – Isso
parece ter acontecido com Hasthur. E agora com você. Porém este é o meu limite,
não poderei acompanha-los. Vocês devem alcançar a ilha solitária e encontrarem
Dulgur. Ele terá o item que precisam para que possam prosseguir esta viagem.
Tenham muita cautela. Essas águas são preenchidas pelo passado. Não se deixem
atrair por ela ou se perderão para sempre. Ao chegarem, vocês deverão
procura-lo. Não posso imaginar que espécie de criatura vocês encontrarão. A
única certeza que tenho é de que algum modo ele foi isolado neste lugar por ter
praticado algum crime contra o tempo. Ele é o único sobrevivente deste lugar
inóspito. Que Hépoca os acompanhe...
***
Vocês sobem em
direção da embarcação que os levará para a ilha solitária. O reflexo de vocês
na lagoa é a imagem de cada um quando eram crianças. Não há tempo a perder. Vocês
logo estão dentro do barco. Um vento sombrio e gélido sopra as velas do Sereia
de Guerra que involuntariamente desliza na água, distanciando-se do Piér. Pouco
a pouco uma escuridão mórbida e uma névoa fina preenche todo o ambiente.
Sussurros incompreensíveis se perdem no ar, enquanto um forte trovão seguido de
um relâmpago rasga os céus demonstrando que a ilha não está muito longe.
***
Uma voz lamuriosa
e familiar é ouvida por vocês. Próximo a proa do barco sua nitidez não deixa
dúvidas.
***
O corpo
translúcido com uma luminosidade tênue lembra perfeitamente o corpo de Argos.
Estranhamente o vento para de soprar as velas como se aquela criatura de alguma
forma tivesse interferido. Sua voz vinha em sua direção com o frio que gelava
suas espinhas.
- Porque
permitiu que isso acontecesse ?! Porque nos abandonou ??!! – falava o espírito
desconsolado do arqueiro.
***
Argos, permanece
insatisfeito, como se não aceitasse seus argumentos. De outras partes do barco
vocês também avistavam imagens semelhantes de aliados que já foram derrotados
em batalha. Todos parecem não aceitar o terrível destino que caiu sobre eles.
- Nunca
deveríamos ter confiado em vocês !!! Olha o que nos aconteceu !!!!?? – gritava
Bonasha com fúria.
- Malditos sejam
!! – gritava Iglórius – Vocês carregam a morte consigo !!! Para que outras
vidas inocentes não sejam ceifadas ! Todos deverão ser mortos !!! Agora entendo
minha missão. Devo destruí-los para que as pessoas possam viver !
- Não deixaremos
que prossigam ! – falava Yome – Nossos espíritos só descansarão quando nos
vingarmos daqueles que nos amaldiçoaram !
***
Antes que
ouvissem mais alguém. Um dos espectros sem cabeça, partia em direção de Toril. Vocês não tinham dúvidas. Aquele era Kurts. Não há outro
meio de prosseguir se não superando este desafio. Os 5 espectros, Kurts, Yome,
Argos, Iglórius e Bonasha partiam para cima de vocês com o único intuito de
destruí-los.
***
O último
espectro era destruído seguido de uma voz que se esvaia em desespero até que
desaparecesse. No mesmo instante um vento tenebroso voltava a soprar a vela do
Sereia de Guerra. Mais uma vez o passado
havia atormentado o grupo. A ilha se aproximava gradativamente e vocês estavam
cada vez mais próximos de alcançarem Dulgur.
***
IRANISTÃO,
Templo de Jamnar.
Ária carregava
consigo o coração do dragão dourado, caminhando em direção a saída. Em seus
pensamentos pairavam apenas certezas. Logo Extórax Réx teria o Ashdalon e o
Plano de Melchior estaria completo. Nenhum jamnar poderia impedí-la. Dez passos
separava a garota das escadas que conduziram a saída.
- O mundo
conhecerá o seu verdadeiro deus !!! – Falava Ária caminhando em direção as
escadarias que conduzem para a saída do local.
Antes que Ária
desce mais algum passo suas pernas travavam. Ela não conseguia se mover. Por
mais que fizesse força, seus músculos não respondiam a sua vontade. Sua
insistência era contida pela voz da garota que soava na mente do Slaad.
- Eu ainda tenho
domínio sob este corpo seu desgraçado !!!!
- Isso é
impossível ?!!! – Falava o Slaad Negro tentando mover-se.
- Você não dará
nenhum passo enquanto eu poder resistir !!!
- Sua garota
tola !!!! Você não pode me conter !!!!
Uma guerra entre
duas vontades iniciava na mente de Ária, uma contia seus movimentos enquanto a
outra ansiava por tê-los. Uma aura negra envolvia o corpo da garota como se o
Slaad tentasse novamente a sua possessão completa, enquanto uma aura dourada
chocava-se com esta, fazendo rachar as estruturas e pedras próximas. A lentos
passos o corpo da garota tentava dar um passo, mas em um ritmo bem mais
devagar.
- Você apenas
adiará isto sua garota tola !!!! – falava o Slaad – Desista !!! Nada poderá
conter Kindara !!!
- Eu já falei
seu maldito !!!! Enquanto puder resistir ! Resistirei !!!
Os poucos passos
que tirariam Ária do templo se tornam quilômetros. Os movimentos da garota eram
vítimas de uma resistência poderosa, tornando-se lentos e contidos,
demonstrando que ela não se entregou completamente. Uma nova esperança emergia
para aqueles que aguardavam ansiosos o retorno dos jamnares.
***
O Sereia de
guerra para alguns metros da ilha solitária. Não há nenhum píer que possa se
escorar. Parece que será inevitável ter que atravessar esse pequeno trecho com
água. A ilha é coberta por uma névoa e um pântano profundo prossegue em direção
ao seu interior. Não resta outra opção se não a de adentrar no desconhecido e
encontrar Dulgur o quanto antes.
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