“Enquanto o
grupo Torilyn, alcança a ilha de Dulgur, onde buscam a única forma de
ultrapassarem o pântano do passado remoto e prosseguirem na terrível jornada
pelo Reino Distante, no plano material, Ária, possuída pelo sladd dos
pesadelos, obtém o coração de jamnar, e prepara-se para concretizar os planos
de Melchior, porém, há 10 passos da saída do templo, seu corpo não responde as
ordens do extraplanar, resistindo ao controle, e impedindo que saísse do local.
Na última terra
livre de Castela, encontra-se Judy, Doghin, Kyra, Mikal, Andreas, Knolan,
Lancelot, Kárlux e Phoenix, que reúnem-se para definir qual será a estratégia
de resistência até que o grupo retorne, faltando apenas 04 dias para que o
prazo dado por Extórax Réx termine, surgindo uma última esperança diante da
resistência de Ária, qual seja, a de impedir que o coração de Jamnar seja
entregue a Melchior.
Em outro lugar,
Gustovan emerge com uma força incomum, e uma energia poderosa que circunda o
seu corpo envolve Extórax Réx, que é aprisionado por quatro correntes de
energia, que imediatamente são preenchidas de chamas, demonstrando que são
temporariamente capazes de manter o dragão no pico de Eisenmond e revelando que
aquele mortal é na verdade o avatar do Deus Barus que acabara de despertar no
mundo material, violando a lei da não intervenção.
No mesmo
momento, uma energia branca envolvia toda a cidade de Torilyn, tornando o local
impenetrável. Todos na cidade ficavam surpresos com aquele efeito. Um vento
carregado de paz soprava na medida em que seu raio era envolvido. Os
controladores olhavam atônitos para aquela manifestação poderosa, e poucos
pareciam compreender o que estava acontecendo, até que Phoenix erguesse seu
machado para os céus e uma poderosa magia esculpisse todas as ruínas, dando um
novo ânimo para aqueles que se encontravam na resistência.
Próximo a
Torilyn, os 05 membros de elite do imperador Tothamon permaneciam atônitos,
fazendo com que mudassem de estratégia diante da poderosa emanação que
visualizaram. Seeker sente que Ária está resistindo à possessão do Sladd e que
isso pode colocar em risco os planos de Melchior, direcionando-se para o
Iranistão, local em que se encontra o tempo de Jamnar, no subterrâneo do
castelo, aguardando novas ordens, diante do que poderia acontecer.
Na grande Mansão
do burgomestre, em Torilyn todos se reúnem e decidem que um grupo deverá seguir
para o Iranistão e se apossar do coração da jamnar tão logo Ária saia do
templo. Antes que decidam porém, Aurin
ressurge, revelando que o exilio dos membros de elite foi temporário e de que
Barus ressurgiu no mundo material através de Gustovan, com seu poder ainda
completo, demonstrando que o aprisionamento de Extórax Réx será temporário.
Em tempo,
Knolan, revela para o grupo, que tem um terrível pressentimento e de que um
conflito divino esteja surgindo, envolvendo Volkien, Turik, Hépoca e outros
deuses menores que estão do lado dos mortais contra as demais divindades e que
poderá ocorrer a qualquer momento, não havendo tempo suficiente para que
busquem outra solução.
Na formação do
grupo, todos sentem que Aurin e Doghin tiveram seu poder diminuído
gradativamente na medida em que se sacrificaram em momentos cruciais, porém
isso não é capaz de afastá-los da nova missão e ambos se prontificam a fazer
parte do grupo que buscará o coração de jamnar no castelo do Iranistão, sendo
os demais, Judy, Mikal, Andreas, Knolan, (os dois do Khayyam e Órion), que
serão os responsáveis pelo difícil resgate.
No castelo do
Iranistão, o corpo de Ária caminha lentamente para a saída do templo devido a
sua poderosa resistência. A luta interna de vontades prossegue e nenhum deles
está disposto a se entregar. Uma nuvem negra e espessa cobre todo o Castelo
Real e um vento sinistro circunda as suas paredes. Muitos dragonianos de
vigília não conseguem se mover, enquanto outros correm, ao ver que a energia
negra e distorcida começa a desintegrar o corpo dos mais fracos. Em pouco tempo
os arredores do castelo é preenchido por uma tempestade sinistra de vozes,
gritos de tormento e lamúrios de almas condenadas, demonstrando o imenso poder
da criatura que habita o corpo de Ária.
Em meio aquela
cena grotesca, o grupo que partiu de Torilyn surge no local mais próximo,
ingressando na névoa densa, fazendo-os perceber a terrível emanação proveniente
do Slaad negro aproximando-se do castelo até que finalmente alcançassem uma
grande porta, com o símbolo do dragão de 03 cabeças, revelando após a sua
abertura um grande salão, e um terrível Balor que surge para desafiá-los,
iniciando o primeiro ‘combate no Castelo do Iranistão, que termina com a
vitória do grupo.
Muitos são os
desafios até que finalmente alcancem a sala que ingressa no mundo negro do
Slaad, superando terríveis confrontos, desde golens de Mitrhal, Sirushs e
Torciáside que são vencidos e deixados para trás, aproximando-os ainda mais de
seu objetivo, que consiste em alcançar Ária, antes que abandone o templo de
Jamnar.
Enquanto isso no
reino distante, os jamnares rumam em direção a ilha de Dulgur, enfrentando tudo
que já viram em seu passado, utilizando o sereia de guerra, navio que fora
utilizada por Khalidaf, para alcançar a única possibilidade que poderá tirá-los
do terrível pântano. No caminho eles se deparam com os espectros de aliados que
já foram mortos, enfrentando Bonasha e os demais, não existindo nenhum meio de
prosseguirem se não buscando mais uma vez a vitória.
Com mais um
desafio superado, o grupo finalmente alcança a ilha solitária sem imaginarem
quais dificuldades estarão esperando pelos jamnares, que não possuem nenhuma
outra opção, se não a de encontrarem Dulgur e saírem o quanto antes do pântano
do passado remoto.
Um som de
trombeta soa no ar espalhando-se por essa área do pântano. O barulho de galhos
quebrando pode ser ouvido 15 criaturas de porte grande surgem a frente na
estrada. São répteis fortemente musculoso, de 3 m de altura. Seus olhos são
profundos e uma abertura de nariz achatada, dando a sua face a aparência de uma
caveira. Suas escamas são negras, com uma crista de couro que vai de cima da
sua cabeça até a metade de suas costas.
- Devem ser
aqueles malditos espectros !!!! Não podemos permitir que nos aniquile !!! Vamos
acabar com eles !!!! – A voz vinha de outra criatura semelhante que possuía uma
armadura de porte superior.
- Sua ordem é
nossa vida senhor Ázerax !!!! Somos incansáveis !!! Lutaremos até que possamos
alcançar nossa liberdade !!! – Todos gritavam e partiam para o ataque, que
iniciava de forma massiva. A voz do homem lagarto era ouvida mais uma vez,
porém o barulho do combate tornava quase impossível escutá-la.
***
O terrível
combate termina com a morte de todos os inimigos em campo. Vocês não são
capazes de imaginar de onde vieram essas criaturas. Porém antes que possam dar
mais um passo, vocês percebem que os corpos esvaídos em sangue e completamente
feridos começam a se mexer. Sua visão é preenchida por uma imagem
inacreditável, todos os homens lagartos em menos de segundos tem seus
ferimentos curados como se jamais tivessem sido atingidos. A vida retoma aos
seus corpos e Azérax, o líder é o primeiro a se levantar. A surpresa dele não é
maior que a de vocês. Ele permanece parado, como se não compreendesse os
motivos de ainda estarem ali e antes que possam dizer algo todos aqueles que
foram vencidos se encontram de pé:
- Mas isso não é
possível... – murmurava Azeráx - Quem
são vocês ?!?!?! Eu não compreendo!!! Assim como todos os outros não eram para
estarem aqui ! Sempre quando morremos é como se o dia se reiniciasse... Essa é
nossa pena eterna !!! Nosso objetivo é vencê-los, é nossa única redenção... Mas
essa é a primeira vez que morremos e acordamos com vocês aqui !!!! O que está
acontecendo?? Vamos nos explique !!!
***
- Humpf !! –
murmurava Azeráx – Nunca imaginei que mortais pudessem ingressar em um lugar
tão inóspito de forma voluntária. Infelizmente não tivemos a mesma sorte de
vocês. Todos que são mandados para o reino distante e para essa ilha é porque
de algum modo devem cumprir uma pena eterna por algum crime que cometeram
contra as divindades, principalmente quando os criminoso buscam algo proibidos
aos mortais, o desejo de viver para sempre. Fomos amaldiçoados com a
imortalidade e durante milhares de anos nós lutamos diariamente buscando vencer
nossos piores medos. Nossas almas foram condenadas e não temos o direito de
morrer. Todos os dias nós lutamos incansavelmente sentindo as dores do combate
para ao final acordamos novamente e eternamente lutarmos por nenhuma causa. Em
decorrência disso, criamos a ilusão de que se vencermos poderemos nos libertar.
Porém nossas almas já estão calejadas e o que mais desejamos agora é ter o
direito de morrer. Mas hoje foi diferente de todas as outras batalhas que já
enfrentamos, pois vocês, permaneceram aqui e se fossem visões já não estariam
diante dos nossos olhos. Isso significa que ainda existem esperanças de
deixarmos esse lugar terrível. E estamos dispostos a fazer qualquer coisa para
ajuda-los. Seja lá o que buscam, faremos o que for preciso para deixar esse
mundo. Tudo que queremos é apenas morrer....
***
Todos os homens
lagartos mudam o seu semblante ao ouvir a palavra “Dulgur”. Alguns conversam
entre si em um idioma antigo impossível de compreender até que Azeráx se
dirigisse a vocês com uma voz trêmula e completamente diferente da tonalidade
que antes foi expressada:
- Dulgur.... Vocês
só podem estar loucos !!! Ninguém se aproxima daquela prisão. Muitos de nossos irmãos
que foram para lá nunca mais voltaram !!! Se tentarem tamanha insensatez talvez
nunca mais deixem esse lugar. Evitem a todo custo se aproximarem daquela prisão
ou serão punidos como Dulgur !!! Desistam dessa ideia insana. Ele está preso
naquele lugar e ninguém poderá libertá-lo. Nem mesmo vocês !!!
****
- Dulgur foi um
homem que chegou aqui há muito tempo. E talvez seja aquele que cumpre a pior
pena. Não sei muito sobre o seu passado e como eu disse, todos que buscam a
imortalidade no plano material são punidos e mandados para cá. Porém ele, deve
ter tentado algo pior, pois todos sabem que aquela prisão é pior que o inferno
de Kindara. Muitos de nossos irmãos por não aguentarem morrer e reviver todos
os dias foram para lá. E por inúmeras vezes tive visões terríveis do sofrimento
deles. É um lugar onde a alma chora eternamente e onde a dor é constante. Não
sei por qual motivos buscam esse homem. Mas se forem para lá estarão cometendo
um grande erro. Talvez condenando suas almas para todo e sempre. Hoje nós nos
reunimos a esse pequeno exército mas já fomos muitos. Não cometam o mesmo erro
de nossos irmãos. Desistam dessa idéia ou jamais poderão sair daqui.
****
- Bem... Como eu
disse, farei o que for possível para ajuda-los em troca do direito de morrer.
Se após muitos anos finalmente temos um sentido não vejo porque não guia-los
até lá. Me acompanhem. Eu os levarei até a Prisão Eterna. Que as divindades
tenham piedade de suas almas.
Azeráx olha para
o seus homens falando um idioma desconhecido. Eles permanecem parados como se
acatassem alguma ordem. Nenhum deles parece seguí-los e não há dúvidas de que o
misterioso homem lagarto tenha ordenado que ficassem. Guardando sua espada e
apoiando seu escudo nas costas, Azeráx dava um passo a frente, respirando
profundamente antes que falasse:
- Vamos !!!
Temos pouco tempo.... Torço para que por detrás de tamanha loucura exista
alguma razão. Fiquem atentos. As visões que nos perseguem podem nos atacar.
Vocês seguem
Azeráx pela misteriosa floresta. A prisão eterna é o próximo objetivo. Não há outra opção se não
a de encontrar Dulgur e deixar de uma vez por todas o terrível pântano do
passado remoto, porém antes que o misterioso homem lagarto finalmente se calasse sua voz em tom irônico ainda deixava escapar: