“Era o dia 20 de outubro e já fazia 07 dias que o grupo
Torilyn havia iniciado sua difícil jornada nas minas de Eisenmond sem que
Iglorius e Yome conseguissem resistir. Após vencer os terríveis tríbulos,
Hastur, sentiu a presença de outra criatura, deparando-se com um bardo a beira
da morte, descobrindo um importante segredo após salvá-lo do pior.
O grupo descobre que o homem chama-se Abnes e que este pertenceu a um
grupo anterior que havia entrado na mina sendo o único sobrevivente, em sua
mão, um livro revelador com o nome sombras e luz desperta a curiosidade de
todos, quando em seu conteúdo está escrito tudo o que havia acontecido até ali,
constando a morte de Yome e Iglorius assim como o misterioso encontro com o
bardo, cuja obra deverá ser continuada por Abnes que passa a entender o motivo
de ainda estar vivo e principalmente a razão da existência da obra que
curiosamente parou em suas mãos.
Descansados e recuperados, o novo integrante do grupo põe se a
disposição para ajuda-los tentando convencê-los de que a musica também pode ser
uma arma útil e imediatamente assume o lugar de Yome. Enquanto isso em Torilyn
um misterioso clérigo juntamente com uma criatura enferma chegam à cidade
solicitando urgente audiência com Gustovan, porém antes que tivesse qualquer
contato, Mikal e Kyra sentem uma poderosa magia que sai de seus aposentos em
direção as minas de Eisenmond.
Na mina, o grupo é ameaçado por um terrível desmoronamento causado por
Lorde Seeker a quilômetros de distancia, salvos pela misteriosa forca oriunda
de Torilyn que permite ao grupo a travessia para a sala seguinte bloqueando os
poderes de Seeker e evitando uma nova interferência. Na cidade Mikal e os
demais encontram Gustovan inconsciente sem imaginar de onde originou-se a
misteriosa magia. Nesse momento o recém chegado clérigo se propõe a curá-lo
revelando que os ferimentos ocorreram diretamente em sua alma e que precisará
urgentemente recupera-los.
Sem revelar seu nome, ele apenas fala que resgatou um pequenino homem
próximo a floresta dos espíritos e que já esteve no reino dos mortos, deixando
outros detalhes para o momento oportuno em que Gustovan estiver consciente. Nas
minas, apesar de escaparem da terrível magia de Seeker, o grupo se depara com
um hibride, uma criatura humanoide composta de ratos, a serviço de
Seeker, que por pouco não eliminou o grupo.
Na sala seguinte a primeira revelação surge quando as inscrições em
pedras são decifradas, permitindo o acesso do grupo ao nome Eisenmond, um
misterioso minério descoberto nas minas pelos turianos, assim como Eisenkern, o
minério mãe, cujo segredo ainda é oculto, forçando que os anões deixassem as
minas para trás assim como o seu segredo cabendo punição a todos aqueles que
proferissem sua história. Kalidaf descobre que seu pai, Khulan, o rei das
pedras, coordenou a fuga dos turianos e parte do segredo que seu povo e ancestrais
nunca quiseram revelar. O minério é poderoso contra criaturas malignas
principalmente de origem dracônica, cuja exploração não pode ser continuada sob
pena de um terrível mal ameaçar o mundo externo.
Prosseguindo nas minas, o grupo descobre a sala das punições para onde
foram enviados todos aqueles que traíram as ordens de Khulan, enfrentando um
grupo de mortos vivos, culminando com o destrancamento do portal turiano que é
liberado através da musica e canção utilizada por Abnes, revelando que sua
existência está bem além de uma simples coincidência, ultrapassando o coração
da mina se aproximando ainda mais do seu final.
Antes que alcançassem a sala do rei das pedras, o grupo se depara com
uma sala sem portas e com duas estatuas que não conduzem a lugar nenhum, se
estabelecendo no local e arriscando-se a experimentar a água de uma misteriosa
fonte que mais parece um presente das divindades, recuperando os ferimentos e
desgaste psicológico causados até ali, resta agora a duvida de qual caminho
seguir e a cada passo o grupo sente que está prestes de alcançar o seu final.”
SALA M - A
FONTE MISTERIOSA
" Olhando a sua câmara a volta, vocês percebem que não há mais
portas."
***
"Khalidaf olha atentamente para as duas estátuas lembrando da
história de seus ancestrais. Sem duvida alguma que elas pertencem ao seu avo e
bisavô, restando um pedestal vazio no meio delas. Khalidar e Khilan repousam em
posição de ataque com expressões bem desenhadas. Uma passagem secreta turiana
deve estar escondida em algum lugar, só resta agora entender como
revelá-la."
****
"Um barulho ensurdecedor preenche o ambiente, a sala começa a
tremer enquanto Kalidaf permanece no pedestal. Nesse momento, um barulho de
cordas e metais preenche toda a sala fazendo com que o chão comece a se mover
para baixo. Uma engenharia avançada dos anões permite surpreendentemente que
esta sala suba e desça através de um sistema de roldanas. Não demora para que
um clarão preencha todo o lugar oriundo da sala seguinte. O chão imediatamente para
fazendo toda a estrutura tremer enquanto o machado das duas estatuas se movem
ficando-se na rocha e impedindo que a sala possa subir. Diante de seus olhos uma
longa ponte com apenas 1,5 metros de largura se estende passando por cima de um
rio de larva incandescente que ilumina tudo. A larva borbulha e parece estar a
30 metros dessa única passagem, cair aqui com certeza é morte certa. Não há
outra opção se não a de passar pela terrível passagem de Khulan. Ela parece ser
o ultimo obstáculo para alcançar o salão real do rei das pedras."
SALA N - A
PONTE DE KHULAN
"A travessia parece tranquila até que um barulho nas paredes
laterais atraia a atenção de vocês, 5 criaturas familiares surgem após abrirem
fissuras nas rochas. Sim, são tríbulos brutais porém de tamanho menor. As criaturas
saltam na ponte fazendo-a tremer completamente comprometendo toda a sua
estrutura. O som de rachaduras faz tremer toda a passagem que não agüentará por
muito tempo. Lutar o fugir é uma decisão que caberá a vocês. Um decisão errada
e tudo terá sido em vão."
***
"Toda a ponte começa a desabar em direção à larva, as criaturas
caem junto com os restos das rochas em um rio quente de fogo. Com muita
dificuldade a sala seguinte é alcançada com êxito. Finalmente vocês alcançam os
salões reais."
ENQUANTO
ISSO...
"Irgos, capital do Iranistão.
A cidade parece inquieta, muitos que sobreviveram foram escravizados e
trabalham sob os chicotes da horda de Tomahank. O símbolo das 03 cabeças já
havia dominado toda a cidade enterrando por vez os vestígios de glória da
capital, antes livre. Lorde Seeker ingressava no palácio dos lordes
apressadamente. Um exercito de criaturas escamosas se curvavam em qualquer
lugar que Seeker atravessasse. Seus passos guiavam o mago em direção à sala que
o Royal Demon repousava, porém seu corpo parava subitamente diante da voz do
general Áticus que chamava sua atenção:
- Senhor Lorde Seeker ! Perdoe-me o atrevimento! Mas é inevitável não
lhe falar.
- Espero que sim Aticus....
- Cumprimos suas ordens meu lorde. Desde que partiu a porta do grande
rei Tomahank não foi aberta e ele preferiu manter-se em silencio. Porém há
poucos dias algo foi roubado meu senhor... E....
- O que esta me dizendo Aticus? - falava Seeker em tom enfurecido
virando-se em direção do general - Algo foi roubado ?!?! Isso é impossível !!!
O corpo de Aticus era puxado em direção as mãos de Seeker que apertava
seu pescoço violentamente.
- Não admito falhas Áticus.... Nós não temos fraquezas... Eu não aceito
fraquezas... Tomahank não tolera incompetência!!
- Senhor... - falava Aticus com muita dificuldade - Ela foi roubada de
dentro da sala do grande rei....
Ao ouvir isto Seeker soltava Aticus que tentava respirar com
dificuldade.
- Da sala do grande senhor?! Mas isso é impossível!!! O que foi roubado?
- Também achamos impossível senhor... Tudo o que sabemos é sobre a
mensagem escrita na porta a sua frente... Não vimos nada e nem compreendemos...
Mas não poderia deixar de avisá-lo....
Seeker olhava para a porta e a mensagem em vermelho com sangue mudava o
seu semblante, diante dos olhos uma terrível mensagem perturbava o poderoso
mago:
- A dilacteria... - murmurava Seeker - Aquele desgraçado roubou a
dilacteria!!
- Não entendo senhor... - falava Aticus recompondo-se.
- Só há um ladino nesse mundo capaz de roubar um item tão poderoso aos
olhos de Tomahank sem que ele perceba... Áticus !! Convoque a horda dos dragans
!! Invadam a ruína do Castelo próximo a floresta em Castela e aniquilem a
horda!! Ordene que Dabokia assuma o controle das ruínas imediatamente.
- Mas senhor, a horda liderada pelos gnols são nossos aliados, Hônus, um
dos membros de elite é o líder daquela guarnição ! Bonasha....
- Todos eles são traidores Áticus !! Quer se juntar a eles?! A
dilacteria mantia ele sob o meu controle ! Mas agora que a roubou duvido que
esteja lá !! Ele não quer chamar a atenção e com certeza deixou para trás um
item que precisa ser protegido ! Vá imediatamente e mate todos os membros da
horda!! Um novo e poderoso líder surgirá em Castela para comandá-los, mas isso
depende da proteção deste item. Não permita que ninguém se aproxime daquelas
ruínas! Atacar Torilyn e outras cidades ainda não é prioridade, leve quantos
precisar.
- O nosso grande líder retornará meu senhor?! – perguntava Áticus em tom
de satisfação - Farei o que for necessário para assegurar isso! Partirei
imediatamente meu lorde ! Reportará isso ao grande senhor Tomahank?
- Creio não ser necessário... Não devo criar nenhuma perplexidade em sua
mente... Cuide apenas de proteger o item e não permita que ninguém perceba esta
falha! Permanecerei com o plano original e seguirei para Caríades, a capital do
império, como se nada tivesse acontecido. Eu cuidarei de Hônus pessoalmente,
até porque Bonasha e outros traidores já devem estar mortos a essa altura...
Ele vai desaparecer e creio ser desnecessário se preocupar com isso no
momento... Agora vá!!
Áticus saia imediatamente enquanto Seeker permanecia diante da porta.
- Desgraçado - pensava - Bonasha, Hônus, todos traidores... Mas logo
logo o verdadeiro líder emergirá e não precisarei de nenhum deles. Todos
pagarão por sua intolerância.
A porta abria-se conduzindo Seeker para dentro, a frase era deixada para
trás, os dizeres: "Quando três cabeças perdem para uma é porque seu maior
tesouro agora é meu." demoraria para deixar a cabeça do mago lorde que
nunca havia recebido um insulto de tamanha proporção.
SALA O - O
SALÃO REAL
"Diante de vocês surge uma câmara de pedra irregular, que parece
ter sido uma das mais antigas minas dos anões. Pedaços minúsculos de Eisenmond
rebrilham nas paredes. O metal, embora não exista em quantidade suficiente para
que o local valha grande coisa, faz com que estas fiquem parecendo com um céu
todo estrelado, já faz mais de uma semana que vocês não veem o mundo
externo.
No centro da câmara há uma estátua entalhada em um bloco de granito, e
não há duvidas, ela representa Khulan, o rei das pedras. Uma inscrição na base
da estátua parece ter sido a ultima mensagem deixada pelo rei, seus restos
mortais descansa ao lado dela. Palavras em turiano revelam o quanto este
anão estava disposto a proteger sua raça e o mundo externo. "Fui o
primeiro a entrar e jamais deverei sair. Protegerei Eisenkern até o fim dos
meus dias. Sinto meu corpo fraco porém meu espírito mantém-se forte... Meu
destino foi encontrá-la e agora devo protegê-la...". Curiosamente
Khulan está sem armas e tudo indica que ele viveu até os seus últimos dias
protegendo Eisenkern.
Durante sua ausência, alguém danificou a estatua, quebrando a cabeça e
atirando-a no canto. Há uma coroa enferrujada forjada em ferro há muito tempo
sob ela. As mãos estão espalmadas diante do corpo como se estivesse segurando
algo e do lado o grande machado de pedra resta encostado.
No lado direito da sala, há uma espécie de degrau que conduz a um portal
desativado e do lado esquerdo um enorme granito em forma de baú preenchem o
ambiente, tudo localizado diante de um trono, no ponto mais alto, com
tapeçarias velhas e consumidas pelo tempo."
****
"Tão logo a estatua é restituída uma luz preenche toda a câmara
junto a um tremor que se espalha por todo o ambiente. O corpo da estatua
rebrilha e esta passa a se movimentar olhando em direção a vocês, seu machado é
levantado e seus lábios emitem uma voz tão antiga quanto esta mina:
- Meu filho Kalidaf.... Nunca pensei que pudesse reencontrá-lo... Se
ainda pudesse chorar com certeza o faria.... Durante todos esses anos eu protegi
Eisenkern... Esculpi essa estátua e meu espírito possuído pela vontade de protegê-la
assumiu este corpo. Ele está longe da capacidade que tive um dia e infelizmente
eu falhei. Embora tenhamos abandonado há muito este lugar, o espírito dos
turianos aqui permanece. Este lugar é nosso, foi construído com nossas mãos,
e por nós dedicados o sangue daqueles que aqui morreram. Foi bom vocês
terem vindo, pois um terrível mal danificou o espírito deste lugar. A pedra mágica
de valor inestimável chamada Eisenkern foi roubada. Com ela também foi levado o
poder que aprisionava a terrível fera que habita esta montanha, que mais do que
uma mina é um vulcão, prestes a explodir. Se Eisenkern não for trazida de volta
a fera medonha se libertará e um mal terrível cairá sobre todos os que vivem
nestas terras."
****
"-Vocês são a única esperança que resta. Eisenkern deve voltar para
essas mãos. Durante toda a travessia vocês tornaram impossível que qualquer
outro chegue aqui. Entregarei para você Khalidaf a única coisa que me resta, a
chave dos anões que dá acesso ao portal turiano. Essa será a única maneira possível
para sair e entrar de Eisenmond... Tão logo recuperem Eisenkern, imediatamente
devolvam ao seu lugar de origem. O tempo é muito pouco e gradativamente o
vulcão acordará trazendo consigo um grande mal. Naquela caixa, além da chave,
disponibilizarei todo o meu tesouro para ajudá-los nessa jornada.
Antes que Khulan concluísse suas palavras, um barulho na parede próxima
chama a atenção de todos vocês. Flutuando, logo à frente, há um corpo esférico
com um olho central que não pisca, emergindo da escuridão. Uma boca enorme
repleta de dentes como adaga saliva sua carne. Há diversos olhos menores presos
em hastes flexíveis que saem da parte superior do globo.
- Por Turik !! - murmurava Khulan - Não podemos correr o risco desta
criatura sair daqui ! Ele é um dos lacaios de Lorde Seeker ! Peço que lutem ao
meu lado uma ultima vez!
Khulan empunhava seu machado enquanto a criatura permanecia rindo
ironicamente:
- Bando de tolos !! Não pensem que levarão esse segredo !! Em
alguns segundos todos estarão mortos !! Ninguém é capaz de sobrepujar o meu
poder.
“A terrível orbe cai sem vida no chão da mina. O combate finalmente
chega ao seu fim. Khulan baixa o seu Machado olhando diretamente para vocês:
- Confesso que muito me honrou este combate. Você Khalidaf sem duvidas é
o meu sucessor. Um digno senhor turiano! Mas ainda não é chegado o momento para
essa tarefa... Vocês são a única esperança de castela e para a paz de todas as
pessoas que nela vivem...
Khulan dirigisse para próximo do baú de pedra abrindo-o, nesse momento
ele recuava para o local em que antes se encontrava espalmando novamente as mãos:
Sinto meu espírito deixar esse corpo... Finalmente poderei descansar em
paz, pois não tenho duvidas de que vocês conseguirão recuperar Eisenkern...
Lembrem-se todo dia aprendemos lições assim como cometemos erros, mas o
importante é saber admiti-los e corrigi-los ainda quando podemos... Da mesma
maneira que a virtude pode se tornar um monstro, um monstro também pode se
tornar uma virtude... Vocês só possuem uns aos outros e esta é a chave da
vitória...
Pergunte se os jogadores se falarão alguma coisa. Khulan
irá se despedir com as seguintes palavras:
- Abençoo a jornada de vocês assim como me orgulho de ter um filho como
você Khalidaf... Que Turik acompanhe essa jornada e possa resguardá-los... As
demais raças dependem dos turianos assim como os turianos dependem das demais
raças. Eu enfrentei a solidão e a escuridão para entender isso... E esse é o
maior legado que deixo pra vocês....
O corpo de Khulan voltava a ser uma estátua na mesma posição em que
vocês encontraram, o baú permanece aberto como prometido. A chave para a saída
esta próxima e a chave dos turianos reativará o portal.
***
"A chave ao ser rodada e retirada abre um portal mágico de cor
azulada, não há duvidas de que os turianos escaparam por aqui. Após longos
desafios, as minas finalmente seriam deixadas para trás na certeza de que algo deve
ser recuperado. Ao atravessarem seus olhos restavam ofuscados pelo clarão
luminoso do lado externo que aos poucos ia diminuindo. O ar puro novamente é
sentido e para a surpresa de vocês ainda é de noite demonstrado o quanto seus
olhos estão sensíveis até mesmo para a luz das estrelas. O velho portal
imediatamente se desativa quando todos terminam de atravessar e vocês percebem
que estão em um ponto baixo do outro lado da montanha. A missão atribuída por
Gustovan finalmente havia sido cumprida, porém um terrível mal poderá emergir
caso nada seja feito. Com poucas certezas, lamentando pelos que morreram e
agradecendo por ainda estarem respirando, vocês sabem que existe muita coisa a
se fazer. O que começou deve e tem que terminar.
Fim da aventura 01 - O Chamado da Gloria